ATA DA SEXTA SESSÃO SOLENE DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 10-4-2001.

 


Aos dez dias do mês de abril do ano dois mil e um, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezenove horas e vinte e seis minutos, constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada à entrega do Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Mighel Pergher, nos termos do Projeto de Lei do Legislativo nº 206/00 (Processo nº 3097/00), de autoria da ex-Vereadora Tereza Franco. Compuseram a MESA: o Vereador Fernando Záchia, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor Airto Ferronato, Diretor do Departamento Municipal de Esgotos Pluviais - DEP e representante do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; o Senhor Calil Rian, Presidente da Sociedade Libanesa; a ex-Vereadora Tereza Franco; o Senhor Mighel Pergher, Homenageado; a Senhora Iara Valderez Pergher, esposa do Homenageado; o Vereador Elói Guimarães, na ocasião, Secretário "ad hoc". A seguir, o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, ouvirem a execução do Hino Nacional e, após, concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Vereador Elói Guimarães, em nome da ex-Vereadora Tereza Franco e das Bancadas do PTB, PSB e PL, teceu considerações sobre aspectos alusivos à vida pessoal e profissional do Senhor Mighel Pergher, mencionando as atividades desenvolvidas pelo Homenageado junto à Cooperativa Vinícola Aurora e ao Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense. O Vereador Adeli Sell, em nome da Bancada do PT e PC do B, parabenizou o Senhor Mighel Pergher pelo recebimento do Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre, referindo-se à dedicação e competência sempre exibidas pelo Homenageado na realização de suas atividades profissionais e ao amor demonstrado ao Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense. O Vereador Isaac Ainhorn, em nome da Bancada do PDT, destacou a justeza da concessão do Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Mighel Pergher, comentando dados alusivos à relação exercida pelo Homenageado com representantes das comunidades italiana e libanesa e aludindo à participação de Sua Senhoria em obras filantrópicas e assistenciais. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou as presenças do Senhor Amir da Costa, Presidente do Conselho Deliberativo da Sociedade Libanesa, e dos Senhores Dênis Abrahão e Luís Carlos Silveira Martins, respectivamente dirigente e ex-Presidente do Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense, convidando o Senhor Luís Carlos Silveira Martins a integrar a Mesa dos trabalhos. Também, o Senhor Presidente registrou as presenças de dirigentes desse clube. Após, foi dada continuidade às manifestações dos Senhores Vereadores. O Vereador João Antonio Dib, em nome da Bancada do PPB, prestou sua homenagem ao Senhor Mighel Pergher pelo recebimento do Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre, reportando-se à importância da contribuição prestada por Sua Senhoria às atividades da Sociedade Libanesa, do Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense e da Cooperativa Vinícola Aurora. O Vereador Reginaldo Pujol, em nome das Bancadas do PFL e PMDB, destacou a aprovação, por unanimidade, do Projeto de Lei do Legislativo nº 206/00, que concedeu o Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Mighel Pergher, saudando a ex-Vereadora Tereza Franco pela oportunidade da apresentação dessa matéria. Em continuidade, o Senhor Presidente registrou a presença da ex-Vereadora Sônia Santos e informou que a ex-Vereadora Tereza Franco ausentou-se da presente solenidade para ser atendida no Ambulatório deste Legislativo, devido a uma indisposição. Após, foi dada continuidade às manifestações dos Senhores Vereadores. O Vereador Roque Jacoby, em nome da Bancada do PSDB, homenageou o Senhor Mighel Pergher pelo recebimento do Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre, lembrando a importância da honraria concedida a Sua Senhoria e a responsabilidade assumida a partir de hoje pelo Senhor Mighel Pergher, como integrante do Conselho dos Cidadãos Honorários de Porto Alegre. A seguir, o Senhor Presidente convidou a ex-Vereadora Tereza Franco, o Vereador Elói Guimarães e o Senhor Airto Ferronato para procederem à entrega da Medalha e do Diploma alusivos ao Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Mighel Pergher, concedendo a palavra ao Homenageado, que agradeceu o Título recebido. Após, o Senhor Presidente convidou os presentes para, em pé, ouvirem a execução do Hino Rio-Grandense e, nada mais havendo a tratar, agradeceu a presença de todos e declarou encerrados os trabalhos às vinte horas e vinte e nove minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Fernando Záchia e secretariados pelo Vereador Elói Guimarães, como Secretário "ad hoc". Do que eu, Elói Guimarães, Secretário "ad hoc", determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pela Senhora 1ª Secretária e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Estão abertos os trabalhos da presente Sessão Solene, destinada a homenagear o Sr. Mighel Pergher com o Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre. Convidamos para compor a Mesa o Sr. Mighel Pergher, homenageado; o Sr. Airto Ferronato, Diretor do DEP e representando o Sr. Prefeito Municipal; a Sr.ª Iara Valderez Pergher, esposa do homenageado; o Sr. Calil Rian, Presidente da Sociedade Libanesa.

Convidamos todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Nacional.

 

(Executa-se o Hino Nacional.)

 

O Ver. Elói Guimarães está com a palavra. Falará em nome das Bancadas do PTB, PSB, PL e em nome da proponente da entrega deste Título, Ver.ª Tereza Franco.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Ver. Fernando Záchia, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; nosso homenageado, Mighel Pergher, de aniversário hoje, 10 de abril; representante do Sr. Prefeito Municipal, Airto Ferronato, Diretor do DEP, ex-Vereador desta Casa; esposa do homenageado, Sr.ª Iara Valderez Pergher; Presidente da Sociedade Libanesa, Sr. Calil Rian; nossa querida Ver.ª Tereza Franco; Srs. Vereadores; amigos do homenageado; seus familiares – filhos, noras, irmãos; também muitos gremistas, meu caro Mighel.

Eu desempenho, aqui, a grata e honrada incumbência de falar pela nossa querida Ver.ª Tereza Franco. Foi ela quem, no ano passado, propôs o presente título, que ora solenizamos, quando da sua entrega ao homenageado.

É evidente que atrás da indicação da proponente existem uma série de amigos e amigas do Miguelão, e cito a Sônia e o Salim, que vejo nas galerias, e tantos outros, apenas para exemplificar. Falo também em nome do Partido Trabalhista Brasileiro, e em especial, Mighel, carrego aqui o abraço e a palavra do Líder do PTB nesta Casa, o Ver. Cassiá Carpes, que também gostaria de falar, e falaria, não fosse a questão regimental que nós compomos aqui, para que apenas um falasse em nome da proponente e em nome do Partido.

É uma honra para esta Casa ter a oportunidade - e esses momentos são importantes - de conceder o título a figuras da Cidade dos mais diferentes setores de atividades. Hoje esta Casa concede o título a Mighel Pergher, a quem vou aqui, meio que quebrando o protocolo, tratar, como sempre, de forma carinhosa e amiga, por Miguelão. Permita-me, Miguelão! Ele é uma figura humana da Cidade, um homem que construiu a sua vida com trabalho, com luta, com dedicação permanente, e que carrega consigo essa coisa invisível que o ser humano tem, que eu reputo um verdadeiro dom, que é a simpatia, a alegria, a solidariedade com os seus semelhantes, com o próximo. Eu conheço o Miguelão, o Mighel, há alguns anos, e com ele convivi na irmandade dos italianos, ele de origem italiana, mas que transita bem entre duas etnias: a sua, italiana, e a libanesa, já que sua esposa é libanesa e Vice-Presidente da Sociedade Libanesa. Uma das fundamentações da homenagem, além da sua atuação aqui em Porto Alegre, na gerência da Vinícola Aurora, esse empreendimento extremamente importante para o desenvolvimento do Estado, é a sua relação com mais diferente setores, o que faz com imensa alegria, com imenso calor humano. Em função desse relacionamento que estabelece, presta um serviço à nossa Cidade. Sem falar na atividade que desenvolveu e continua desenvolvendo, nem que seja lá na torcida do seu Grêmio, do Grêmio que ele ama, do Grêmio que ele estima, que ele quer ver permanentemente campeão.

A proposição desta homenagem recebeu aprovação unânime por parte desta Casa. Porque a proposição é feita, através de um projeto, por um Vereador, no caso pela querida Ver.ª Tereza Franco; tramita nas Comissões e no Plenário; recebe uma decisão. Essa decisão foi unânime, em face do conhecimento que ele tem. É conhecido de todos, amigo de todos, está sempre solidário em todos os momentos, nas mais diferentes circunstâncias.

Então, este é hoje o nosso homenageado, o Miguelão, o Mighel Pergher, uma figura extraordinária, uma figura que constitui a nossa Porto Alegre, esta Cidade tão querida por todos nós, muitos vindo do interior do Estado e que aqui nos integramos para fazê-la grande. O Mighel, a partir de hoje, passa a integrar o Conselho de Cidadãos, e não tenho dúvida, ao ingressar nesse Conselho, que é extremamente importante, ao lado de outros cidadãos que integram o Conselho, vai dar a sua contribuição, pela sua simpatia, pelo seu carinho, pela sua juventude. Ao longo dos anos que conheço o Mighel, ele continua sempre jovem, sorridente; ele traz no sangue a etnia italiana, não precisaríamos dizer mais. O Mighel é aquela pessoa que quando chega na festa da irmandade - estão aqui o Airto e tantos outros da irmandade de italianos como testemunhas -, é um verdadeiro temporal, vai desorganizando as mesas, tal o seu calor humano, tal a sua simpatia, tal a sua virtude. Ele carrega esse dom, que eu reputo divino, a simpatia, essa coisa invisível, que as pessoas trazem dentro de si. O meu querido Mighel, o nosso Miguelão, da Aurora, carrega na sua bagagem essa verdadeira virtude, homem de bem, homem sério, homem que, através da sua atividade contribui para o desenvolvimento da Cidade e do Estado.

Mighel, recebe a homenagem da Ver.ª Tereza Franco, do nosso Líder Ver. Cassiá Carpes, enfim, da Bancada do PTB, no momento em que aqui te batizamos, por assim dizer, de Cidadão de Porto Alegre, porque cidadão de Porto Alegre tu já eras; aqui envolvido com a família, com o trabalho, com o dia-a-dia, tu já eras alguém que tinha crédito perante a população. Hoje, simbolicamente, através do diploma que vais receber, passas a ser Cidadão de Porto Alegre e a integrar esse Conselho extremamente importante. Não tenho dúvidas, nesse Conselho vais dar muito trabalho no sentido de desenvolvê-lo através de idéias criativas e, basicamente, pelos teus sentimentos humanos, cristãos, pela tua solidariedade, de resto pela simpatia que Deus te concedeu, e que nos faz, todos aqui, teus amigos, cada vez mais, Miguelão, gostarmos de ti. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para falar em nome do PT e do PC do B.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu vim pensando qual seria a palavra mais correta, mais justa, mais representativa para começar a falar no nosso homenageado Mighel Pergher, o Miguelão. Veio-me à idéia a palavra “paixão”, não apenas para rimar com o aumentativo do seu nome, mas porque vejo na palavra paixão muitas das suas realizações, vejo que a sua vivência cotidiana é feita de paixão: paixão pelo seu time de futebol - que se constrói por essa mesma paixão; esse time também apaixona outras tantas e tantas pessoas -; paixão pelo seu trabalho; paixão pelo vinho. Eu não posso imaginar muitas outras coisas que precisam de tanta paixão para serem feitas e realizadas quanto o vinho. E também acredito que um time que quer ser vitorioso precisa não apenas da paixão de seus dirigentes, mas também da paixão dos seus apoiadores, dos seus torcedores. Essa palavra é que, de fato, faz com que o mundo seja o que é hoje. Como explicar a beleza de um quadro como o da Monalisa, se não a paixão do seu autor? Como explicar uma catedral encantadora, como a da Sagrada Família, em Barcelona, se não a paixão do seu autor? E assim são essas coisas magníficas da nossa vida, como o vinho, como a Aurora, como o futebol, como o seu e o meu Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense.

Nós, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, dos nossos dez Vereadores, do Ver. Raul Carrion, do PC do B, trazemos, aqui, a nossa modesta homenagem a você, a sua paixão, a sua vida. E Porto Alegre precisa muito do seu valor e da sua paixão, porque uma cidade só se constrói com paixão. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra e falará em nome da Bancada do PDT.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu quero dizer, neste momento, em nome da Bancada do meu Partido, o PDT, nesta Casa, que me honra muito, nesta oportunidade, estar prestando esta homenagem. Recordo-me perfeitamente, e o Miguelão é testemunha disso, porque ele assistiu na TV o encaminhamento dos debates realizados nesta Casa por ocasião da avaliação, do exame, da discussão e votação do Projeto de Lei da Ver.ª Tereza Franco, que naquela oportunidade eu me estendi na discussão e no encaminhamento da matéria dizendo o porquê das razões de tão feliz indicação da Ver.ª Tereza Franco. É óbvio que naquela oportunidade eu tive mais do que os cinco rigorosos minutos que o Sr. Presidente, atentamente, cobra dos Srs. Vereadores por ocasião das Sessões Solenes, e o faz bem. E, parodiando Ortega Y Gasset, filósofo espanhol, que dizia que a clareza era a cortesia do filósofo, eu diria, neste momento, que a brevidade – essa é a preocupação do Presidente –, é a cortesia do político em relação à assistência.

Eu quero abordar outro aspecto, e abrir essa abordagem em primeiro lugar contestando, ampliando uma idéia desenvolvida pelo Ver. Elói Guimarães aqui desta tribuna, quando disse que Mighel transita pela comunidade italiana e pela comunidade libanesa. Eu diria, data vênia do entendimento do meu ilustre antecessor Ver. Elói Guimarães, que Miguelão, transita por todas as etnias que compõem este extraordinário cadinho que resultou nesta terra extraordinária que é o Rio Grande do Sul. Ele veio de Videira e de Videira para a cerveja e da cerveja para o vinho, e aqui ele está entre nós. Ainda outro dia nos encontrávamos e fazíamos essas considerações do que representa o Rio Grande do Sul na conformação deste extraordinário cadinho racial, em que uma mulher negra presta homenagem a um homem que representa as raízes da formação deste Estado, que é a comunidade italiana, ao lado da comunidade alemã, e depois construída em cima daquilo que se diz o Rio Grande do Sul, o Grande Rio Grande do Sul, em que o conjunto de etnias formaram este extraordinário povo a partir dos índios, dos negros, dos portugueses, dos italianos, dos alemães, dos judeus, dos árabes, dos libaneses, dos espanhóis, dos belgas, dos holandeses, até hoje vindo novos componentes do processo migratório, com a presença coreana, inclusive, no Rio Grande do Sul. Por isso, ele é um símbolo de todo esse processo de integração aqui no Rio Grande do Sul.

Queria apenas dizer algo que não foi referido - poder-me-ia alongar, mas não vou fazê-lo -: que no silêncio desta simpatia extraordinária que brota do Miguelão, temos um outro componente, que é a ajuda silenciosa aos seus amigos, aquele braço presente nas horas difíceis, nas horas duras, e, o que é relatado pelos seus amigos, a sua presença em inúmeras ações beneficentes, filantrópicas e de ajuda a inúmeras instituições desta Cidade.

Por isso, Mighel, por mais de vinte anos de vivência na Cidade de Porto Alegre, hoje nós reconhecemos em ti um ilustre Cidadão da Cidade de Porto Alegre. É esta a homenagem que o Legislativo Municipal presta a ti por todas as colaborações comerciais, sociais, filantrópicas que prestaste e vens prestando, e que este título te seja um estímulo para dares continuidade a esta extraordinária maneira de ser que consegues tão bem fazer. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Queremos registrar as presenças do Sr. Amir da Costa, Presidente do Conselho Deliberativo da Sociedade Libanesa; de diversos dirigentes do Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense; Sr. Dênis Abrahão, atual Dirigente do Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense; Sr. Luís Carlos Silveira Martins, “Cacalo”, ex-Presidente do Grêmio, o qual convidaria, quebrando o protocolo, para fazer parte da Mesa, representando esta entidade tão importante para o contexto do futebol gaúcho e futebol brasileiro, que é o Grêmio Porto-Alegrense.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra em nome do PPB.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais pessoas presentes.) Ilustre e querido casal homenageado, já que, Cidadão Mighel Pergher, ninguém, tendo uma Valderez ao seu lado, é homenageado sozinho. Srs. Vereadores, meus Senhores e minhas Senhoras, um abraço muito especial ao meu colega que não eu via há tanto tempo, Michel João Dib, tio da Valderez.

Hoje eu vou falar para o Cidadão Mighel Pergher, um cidadão disputado por todo o Rio Grande - são muitos os municípios que querem ter a filiação do Mighel. Mas, na verdade, ele nasceu em Videira, lá em Santa Catarina. Cidadão Mighel Pergher: a criatura humana tem cabeça, tronco e membros; o Cidadão Mighel Pergher, 1m e 84cm de altura, 125kg, só tem coração! E esse coração do Mighel Pergher é dividido. Mas ele não faz uma divisão igual, não! Ele divide dando a maior parte para a Valderez, para a Gabriela e para o Rafael; depois, vem a sua vinícola Aurora, que tem um pedacinho também; é claro que um outro pedaço grande ele divide e dá para o Grêmio Futebol Porto-Alegrense, do seu coração, e à nossa Sociedade Libanesa. Mas quando se trata de Porto Alegre, o Miguelão soma todos esses pedaços - e, aí, é o Miguelão mesmo, não é mais o Cidadão Mighel Pergher - e ama Porto Alegre com muita profundidade, através da sua família, dos seus amigos, da Vinícola Aurora, do Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense e da nossa querida Sociedade Libanesa.

É por isso, Cidadão Mighel Pergher, que hoje completa 50 anos, que aos 50 anos vê Porto Alegre adotá-lo definitivamente, agora como Cidadão porto-alegrense, pelo carinho que tem por esta Cidade, seus familiares, seus amigos, que o meu Partido, o Partido Progressista Brasileiro lhe dá um grande abraço e a nossa querida Iara Valderez Pergher também.

Como disse, ninguém é homenageado sozinho. Saúde e paz! Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra pela Bancada do PFL e pela Bancada do PMDB.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Corria o dia 15 de dezembro, último dia da Sessão Legislativa, ocasião em que, lembra bem o Ver. João Antonio Dib, existiam trinta projetos que deveriam ser votados naquele dia. Contra nós, pesava o calendário.

Eu, na ocasião integrando a Bancada de um só Vereador, esgrimava por todos os lados para não perder o ritmo dos trabalhos, quando se discutia um Projeto polêmico, que deveria ser votado naquele dia, que envolvia a atenção de toda a Cidade, que era sobre a abertura do comércio aos domingos. Ouvi a Mesa anunciar que, por proposição da Ver.ª Tereza Franco, a nossa querida Nêga Diaba, iria ser colocado em votação um projeto que concedia Título de Cidadão Honorário de Porto Alegre ao Sr. Mighel Pergher. A discussão estava aberta, e, na expectativa de que ninguém discutisse, eis que, de repente, me embalei, pedindo a palavra para discutir, para a perplexidade da Ver.ª Sônia Santos, que era cúmplice da Ver.ª Tereza Franco na elaboração deste Projeto, e para o desespero do Ver. João Antonio Dib. Eu subia à tribuna, quando disseram: “Não, Ver. Reginaldo Pujol, chega! Pára de falar! Esse é o Miguelão”. O meu ouvido é um pouco desgastado pelo tempo, coloquei o ouvido direto, à disposição: “O Miguelão da Aurora”. Eu perguntei: “O Miguelão do Grêmio?”, “Exatamente esse”. Eu exclamei: “Também, não me explicaram nada!” Como eu poderia saber que era o Miguelão que eu conheci no Grêmio Porto-Alegrense, que tinha nascido em Videira, que era catarinense e tinha um sobrenome completamente diferente, não era nem italiano, nem libanês. Foi uma perplexidade momentânea que eu superei, evidentemente, com a satisfação de saber que, mesmo naquele final de ano tão agitado, havia na Casa sensibilidade e sabedoria para se buscar, na comunidade de Porto Alegre, uma pessoa que tinha todas as características para receber o Título de Cidadão de Porto Alegre. Alguém, como disse o Ver. João Antonio Dib, que tem 120kg e 1m e 84cm de altura. Eu diria que são 1m e 84cm por 120kg de alegria, de entusiasmo, de espírito positivo. Certamente, isso justificou que, sem maiores delongas, a não ser o meu tropeço, a Casa, com toda a tranqüilidade, votasse esse Projeto de Lei e o fizesse por unanimidade. Ninguém tinha dúvida de que a Ver.ª Tereza Franco havia sido muito feliz e que, despedindo-se do mandato, deixava uma marca indelével: havia dado uma demonstração positiva de que realmente ela é uma mulher sensível, inteligente e capaz de aprender fácil o sentido das homenagens que esta Casa realiza, que não são dirigidas exclusivamente àquelas pessoas que têm, no cotidiano, atividades tais que lhes coloque na relação daqueles mais afortunados da vida, mas que busca, meu querido Cleber...(Soa a campainha.) Esta campainha é um verdadeiro martírio, mas o Ver. Fernando Záchia vai me permitir abusar hoje, porque é um dia muito especial; não é todo dia que o Denis, que o Pacheco, que o Zélio, que o Cícero, enfim, que esta Casa se enche de pessoas tão simpáticas, tão representativas da Cidade de Porto Alegre. E tudo isso porque estamos, hoje, transformando em lei aquilo que já está transformado de fato nos nossos corações. O Miguelão é Cidadão de Porto Alegre, e esse Regimento, que determina que só se fale cinco minutos, eu dobro, no mínimo, no entusiasmo, para dizer que não posso falar no Miguelão só cinco minutos, pois ele é extraordinário. Todos nós sabemos disso! E para não falar só do coração, quero lembrar que as suas qualidades pessoais não se resumem a um grande gremista, grande colaborador da Sociedade Libanesa, grande chefe de família; ele é um homem vitorioso em todas as suas atividades, quer no comércio, quer nas atividades vinculadas à Vinícola Aurora, enfim, em tudo o que ele faz.

Vencido pela persistência do Ver. Fernando Záchia, eu peço desculpas à Zoia, que veio aqui esperando que nós falássemos muito mais do Miguelão, e só falou o nosso coração. Grande Miguelão, és Cidadão de Porto Alegre. Aliás, não é mais o Miguelão: agora é o Sr. Mighel Pergher, Cidadão Honorário da Cidade de Porto Alegre. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Queremos registrar, com muita alegria para esta Casa, a presença da ex-Ver.ª Sônia Santos, que abrilhantou, sem dúvida nenhuma, o mandato passado. Ela nos trouxe uma notícia boa, de que a ex-Ver.ª Tereza Franco, que retirou-se do Plenário, por não se sentir bem, devido à emoção, já está bem melhor, e está sendo atendida, na sala ao lado, pelo serviço médico da Casa. É a alegria de rever os seus amigos.

O Ver. Roque Jacoby está com a palavra e falará em nome do PSDB.

 

O SR. ROQUE JACOBY: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Preparei o meu discursinho - no sentido carinhoso -, porque ontem, quando assumi a suplência, soube que o Miguelão estaria sendo hoje homenageado. Fiquei muito feliz, porque o Miguelão é uma pessoa que, por onde passa, conquista as pessoas.

Uma coisa não foi dita aqui – perdoem-me os Srs. Vereadores que me antecederam – enfaticamente, e com isso eu quero definir e provocar o Miguelão. O Miguelão é um conquistador! Ele nos conquistou, conquistou Porto Alegre, e quem conquista tem compromissos com esta Cidade maravilhosa.

Parabéns, Miguelão, tu és uma pessoa maravilhosa e Porto Alegre, após esta homenagem de Cidadão de Porto Alegre, terá um cidadão que trabalhará ainda mais por ela. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Convido a Sr.ª Tereza Franco, ex-Ver.ª, a proceder à entrega da Medalha ao nosso homenageado.

 

(Procede-se à entrega da Medalha.) (Palmas.)

 

Convido o Ver. Elói Guimarães a proceder, representando a Bancada do PTB, à entrega do Diploma do Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Sr. Mighel Pergher. Também convido o ex-Vereador Airto Ferronato, representando aqui a autoridade maior do Município, o Sr. Prefeito Municipal, para que participe também da entrega do Diploma.

 

(Procede-se à entrega do Diploma.) (Palmas.)

 

Também o nosso homenageado, já Cidadão de Porto Alegre, vai falar, regimentalmente, cinco minutos; não vai fugir ao Regimento. Vamos conceder-lhe a palavra para que todos nós, amigos do Miguelão, possamos ouvir a sua manifestação, agora, como Cidadão de Porto Alegre.

Avisamos o homenageado de que ele dispõe livremente do tempo.

 

O SR. MIGHEL PERGHER: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) É brabo! Eu olhava os Vereadores falando e parecia tão fácil, mas daqui... Eu não sei se existe algum equipamento à disposição do ser humano capaz de medir a enorme emoção que toma conta de mim neste momento. Sinceramente, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nunca me imaginei numa tribuna, e muito menos como o homenageado com tamanha honraria que esta Casa me confere. Por isso, minha primeira manifestação é de profundo e respeitoso agradecimento à Ver.ª Tereza Franco, a nossa querida Nega Diaba, por ter sido a autora do pedido do Título de Cidadão de Porto Alegre a minha pessoa. É claro que o mesmo agradecimento se estende a esta Casa, que aprovou o pedido desta Sessão, que já está marcada na minha vida para sempre.

Eu faço, agora, um retrospecto do que foi a minha vida até hoje, como cidadão. Na minha cabeça está passando, neste momento, um video tape. Quando eu ainda não era o Miguelão da Aurora, mas apenas um adolescente, minha vida estava direcionada para ser um vendedor de vinhos, um simples e dedicado vendedor de vinhos, que também, é claro, gosta de bebê-los. Pois o adolescente saía, à época, da colheita da uva, a pé, de Farroupilha, terra dos meus saudosos pais, e ia em direção a Mato Perso, um belo distrito de Flores da Cunha, distante 30km da minha casa. (Pausa.) (Emocionado.) Está brabo! Esperem só um pouquinho. (Pausa.) (Palmas.) Levava mais ou menos dez dias de viagem; fazia 3km por dia. Ao longo da estrada, eu ia parando na casa dos meus também saudosos tios: o tio Balbinot, o tio Casa, o tio Stradin, o tio Felino, o tio Claudin. Confesso que eu parecia a bandeira do Divino Espírito Santo. Mas chegava lá, em Mato Perso, e me dedicava à colheita da uva. Sr. Presidente, Srs. Vereadores, até hoje sinto aquele aperto no peito ao lembrar da uva nos balaios e das paradas nas casas dos meus tios e dos meus primos, onde havia fartura de polenta, sopa de capeletti e, de vez em quando, uma passarinhada, com muito molho – o IBAMA ainda não existia. Hoje não há mais passarinho na zona colonial italiana.

A minha vida toda, portanto, foi dedicada à uva, aos bons vinhos da nossa região. Estou há vinte e seis anos na Cooperativa Vinícola Aurora e há anos aqui em Porto Alegre vendendo o meu peixe, digo, os meus vinhos. E foi aqui em Porto Alegre que formei a minha família e o acervo de grandes amigos; foi aqui que amei e continuo amando o meu Grêmio, como torcedor, como conselheiro e como ex-diretor. Minha mulher, Iara, meus filhos, Gabriela e Rafael, meus amigos, meus clientes, enfim, todos eles, me ensinaram a amar esta Cidade como se fosse a minha distante Videira, em Santa Catarina, onde nasci; a minha Farroupilha, onde me criei e comecei a trabalhar com o meu tio Ângelo; a minha Mato Perso, onde peguei o gosto da uva que virava vinho; a minha Bento Gonçalves, onde me realizo, profissionalmente, como um trabalhador da Aurora; junto com o Grêmio - ah! -, esse Grêmio que me dá muitas alegrias e algumas dores de cabeça. Aprendi a amar um clube muito simpático, onde, além de Diretor, também sou um colaborador: refiro-me à Sociedade Libanesa. Dizem que tenho um sobrenome alemão - Pergher -, um sotaque de gringo e sou atuante numa sociedade que gosta de quibe e de folha de parreira recheada com arroz - talvez a folha de parreira tenha me levado à Sociedade Libanesa.

É por isto que eu me referi, no início, à possibilidade da existência de algum equipamento que pudesse medir a minha emoção: eu estou, realmente, muito emocionado. Sou, hoje, um cidadão porto-alegrense, graças a gentileza desta Casa, e posso afirmar, sem ficar corado: eu estou todo prosa! E saibam, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu já me convenci que porto-alegrense é quem vem e fica e, se depender de mim, da minha família e dos meus amigos, fico aqui para sempre, nesta Cidade que me honrou com este Título tão importante para mim.

Agora, peço permissão a todos vocês para dar um recado à minha esposa e aos meus filhos Valderez, Gabriela e Rafael. Meus filhos e minha mulher: quero dizer a vocês que os dias em que eu chego atrasado em casa e não estou com vocês, é porque o pai está fazendo amigos, e vocês estão vendo que coisa bonita esses amigos estão fazendo para todos nós. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Este é o Miguelão, o nosso homenageado.

Sem dúvida alguma, a grande característica do Mighel é esta: a capacidade que ele tem permanentemente de fazer amigos, de cultivar esses amigos.

Eu, em um determinado momento, em uma eleição do Conselho ou da Presidência da Libanesa, cheguei, e lá estava o Miguelão, um gringo, um alemão, coordenando e dando ordens. Não consigo entender que em uma sociedade como a Libanesa pudesse ter um gringo mandando, mas é característica do Miguelão, a capacidade fantástica que ele tem no seu relacionamento humano. Miguelão do Grêmio; Miguelão da Libanesa; Miguelão de Porto Alegre. O Miguelão se equivocou quando disse que é gentileza da Casa lhe conceder o Título. Não é gentileza; é uma homenagem da Cidade de Porto Alegre, é o reconhecimento da nossa Cidade, porque essa pessoa possui a capacidade de fazer com que possamos ter uma sociedade bem mais construtiva.

Convidamos todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Rio-Grandense.

 

(Executa-se o Hino Rio-Grandense.)

 

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 20h29min.)

 

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